Igreja Benedita de Nossa Senhora do Terço

Barcelos



Descrição

Faz parte do antigo convento de freiras beneditinas, datado do início do século XVIII. A igreja possui um deslumbrante espaço interior. A sua importância na arte barroca advém sobretudo dos seus painéis de azulejo azul e branco, datados de 1713, mostrando cenas da vida de S. Bento e emblemas moralizantes e da sua valiosa talha dourada. “É porém como igreja de azulejo azul e branco” que a Igreja do Terço “tem um lugar importante na arte barroca portuguesa. Datados de 1713, os grandes painéis do corpo do templo mostram-nos cenas da vida de S. Bento”, provavelmente “pintadas por António Oliveira Bernardes”, embora não estejam assinadas. Há quem defenda que a assinatura estará perdida algures entre os azulejos cobertos pela talha dourada, mas não há certezas absolutas. O padre Manuel Avelino Ferreira, esse, não tem dúvidas sobre a sua autoria e socorre-se de Santos Simões para sustentar as suas convicções: “não tenho a mais leve dúvida” – escrevia Santos Simões – “quanto à autoria artística dos grandes painéis figurados que enriquecem o corpo da igreja. São de António de Oliveira Bernardes, o maior dos pintores ceramistas de Portugal”. Não serão de sua autoria os vinte emblemas de “riquíssima iconografia” com passagens das regras dos beneditinos (que só por si mereceriam estudo mais aprofundado, diz Ferreira de Almeida), mas os dois painéis que evocam o lançamento da primeira pedra do templo, em 1707, e a chegada das primeiras freiras, em 1713, estão assinados por P.M.P.. Não destoam, contudo, do conjunto com o seu desenho “duro, escultórico” e “muito expressivo”. Equívocos da história “Da Igreja do Terço, que foi do antigo Convento das Beneditinas, aplaudiu o autor os azulejos setecentistas, atribuídos a António de Oliveira Bernardes, que contam a vida de S. Bento, cuja se relata outra vez nos quarenta painéis do tecto, de rica molduração”. A omnipresença de S. Bento em praticamente todas as manifestações artísticas do templo do Terço, como nos relata aqui Saramago, mostram à evidência que o nome da igreja estará mal escolhido. Não temos nada contra a actual denominação, pelo contrário até nos habituamos a ela pelo uso quotidiano, mas talvez se fizesse mais justiça à história se em vez dela, se usasse, à semelhança do Palácio do Governo, o nome de S. Bento ou da Ordem Beneditina que o criou. Isso, contudo, são outras estórias e para já o que interessa é dar relevo à última das jóias da coroa dos beneditinos que, só por si, já seria suficiente para classificar a igreja como a mais rica e formosa edificação religiosa que alguma vez se construiu em Barcelos: os painéis de madeira que forram praticamente todo o tecto da igreja. Ao contrário do que diz Saramago, os painéis de madeira, pintados a óleo, que também são atribuídos a Oliveira Bernardes ou a artistas da sua escola, não se limitam a reflectir a vida de S. Bento. Na destreza do pincel, o autor (ou autores) das pinturas retrata outros motivos, nomeadamente da Sagrada Família e da beneditina Santa Gertrudes. Seja como for, a verdade é que quando a igreja foi restaurada, em 1970, os responsáveis dos Monumentos Nacionais (organismo governamental que superintendia nessa época o património classificado) diziam “ser este o único tecto que no norte existe com todas as características próprias da sua época, o que lhe outorga valor e categoria de muito apreço”. fonte - http://www.barcelos-popular.pt/index.php?zona=ntc&tema=8&lng=pt&id=2877

Localização

Avenida do Combatentes da Grande Guerra, Barcelos, 4750 279, Barcelos

Latitude

41.5339958000

Longitude

-8.6172639000